terça-feira, 26 de maio de 2009

Reciclagem

Ambiente
São Brás de Alportel reciclou tonelada de rolhas de cortiça
por Cecília Malheiro, LusaHoje
Se um dia viajar até São Brás de Alportel e ao lado dos tradicionais ecopontos para reciclar vidro, papel, plástico e óleos descobrir um rolhão, não pense que é uma brincadeira.
A autarquia foi pioneira no mundo na reciclagem de rolhas de cortiça e em 2008 recuperou perto de uma tonelada de rolhas. Parte das receitas são para reflorestar a Serra do Caldeirão com sobreiros bebés.
Em Dezembro de 2008, os empresários dos restaurantes de São Brás de Alportel, a população são brasense e, em especial, os meninos das escolas algarvias conseguiram reunir perto de uma tonelada de rolhas de cortiça para reciclar. A causa da reciclagem da casca do sobreiro já sensibilizou até os deputados da Assembleia da República.
A cortiça recuperada no Algarve foi transportada até Santa Maria da Feira, no norte do país, onde existe a única unidade fabril a nível mundial licenciada para reciclar rolhas de cortiça, contou o presidente da Câmara de S. Brás, António Eusébio, confiante que em breve a Corticeira Amorim, consiga também certificar a fábrica de Silves para a reciclagem das rolhas de cortiça.
As rolhas de cortiça recicladas nunca são utilizadas para produzir novas rolhas. Depois de transformadas, as aplicações vão desde as simples bases para copos e panelas, até à utilização na indústria automóvel, construção civil e aeroespacial.
A agência espacial americana, a NASA, por exemplo, utiliza cortiça para o revestimento de foguetões, satélites, sondas e naves espaciais por ser um material leve e maleável que resiste a temperaturas de dois mil graus, como explicou Gabriel Tocha, de nove anos, estudante no Externato Menino Jesus, em Faro.
A Bárbara Pais, o João César, o João Afonso e o João Maria, todos colegas do Gabriel no Externato, auto-proclamam-se de "ambientalistas" e todos os dias vigiam a pequena pipa de madeira da escola, recipiente onde vão parar todas as rolhas salvas do caixote do lixo lá de casa.
Todos sabem bem a lição dada pela educadora Ana Maria André, que não se cansa de ensinar que a reciclagem é a melhor forma de proteger o ambiente e insiste em trabalhos didácticos através da reutilização de materiais já usados.
O cozinheiro Osvalde Silva, dono do restaurante Vila Velha, situado mesmo ao lado da igreja de São Brás de Alportel, é também um fiel adepto da reciclagem.
No seu estabelecimento há um rolhão oferecido pela autarquia de s. Brás feito a partir de um tronco de um sobreiro e que está preparado para recolher centenas de rolhas de cortiça.
O "chef" e empresário nunca sabe ao certo quantos rolhas consegue recuperar para a reciclagem, mas num dia de movimento pode conseguir 30 a 40 rolhas. No final do mês pode chegar às de mil rolhas.
A maioria das rolhas despejadas no rolhão do Vila Velha são de garrafas de vinho tinto e branco, "porque o rosé não pega muito" naquele restaurante são brasense.
A par da população em geral de São Brás de Alportel e dos estudantes algarvios em particular, a causa da reciclagem da rolha de cortiça está também a ser acarinhada pelos deputados da Assembleia da República.
"Os nosso deputados abraçaram este projecto e também dentro do Parlamento promovem a reciclagem da rolha com a diferenciação de material", conta o autarca António Eusébio, que pensa em breve enviar um rolhão especial para o Parlamento.
No concelho onde nasce aquela que é considerada a melhor cortiça do mundo, nasceu também a necessidade de preservar a natureza e reciclar aquela matéria-prima cada vez mais escassa.
Longe do bulício das praias, porque São Brás de Alportel, a par com Monchique, é um concelho algarvio sem areais e sem mar, a autarquia está virada para a protecção da natureza e com a ajuda da Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), através do programa "Criar Bosques", uma parte das receitas provenientes da venda dos produtos triturados e aproveitados a partir das rolhas servem para comprar sobreiros infantis e reflorestar a Serra do Caldeirão, onde extensos sobreirais foram destruídos pelos incêndios de 2004.

http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1244392&seccao=Biosfera

Gripe A

Austrália
Gripe A: 2000 passageiros de um cruzeiro de quarentena
Hoje
Mais de 2000 passageiros de um navio de cruzeiro foram alvo de medidas de quarentena após o teste positivo por gripe A H1N1 de duas crianças que se encontravam a bordo, indicaram hoje as autoridades sanitárias australianas.
"Pedimos a todas as pessoas a bordo desse barco para permanecerem isoladas durante uma semana", declarou à imprensa Kerry Canto, director dos serviços de saúde de Nova Gales do Sul, depois da chegada a Sydney, na segunda-feira, do Pacific Dawn.
Os passageiros devem permanecer em sua casa ou no seu hotel.
Duas crianças de cinco anos, que se encontravam a bordo, acusaram resultados positivos pelo vírus A H1N1 em Sydney, após um cruzeiro no Pacífico sul.
A partida do navio para outra viagem, com novos passageiros, foi suspensa por decisão das autoridades na segunda-feira à noite, indicou um porta-voz de Carnival Australia, proprietário do Pacific Dawn.
O ministro australiano da Saúde, Nicola Roxon, indicou que o número de casos confirmados de gripe A H1N1 na Austrália é de 23 e que cinco escolas foram fechadas, por receio de contágio.
Na Nova Caledónia, onde o Pacific Dawn fez escala na semana passada, as autoridades sanitárias também tomaram medidas de prevenção.
As autoridades pediram aos habitantes da pequena ilha de Lifou, no arquipélago da Lealdade, para se deslocarem aos serviços de saúde se tiverem contactado com um ou vários dos turistas do navio.
Nenhum caso de gripe A H1N1 foi até agora assinalado na Nova Caledónia, onde controlos nos portos e aeroportos foram instaurados, desde o alerta lançado no início do mês pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segunda-feira, a OMS anunciou em Genebra que o vírus A H1N1 da gripe A H1N1 contaminou 12.515 pessoas em 46 países, provocando 91 mortos.

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1244352&seccao=%C1sia

Gripe Suina

Até agora, sabe-se que a gripe suína se trata de uma doença respiratória que teve origem em porcos, a partir da combinação de material genético de diferentes vírus de gripe. Cientistas e governos ainda buscam informações mais detalhadas sobre a doença e as formas de prevenção e tratamento, mas algumas das dúvidas já podem ser respondidas com base nos dados divulgados por governos e centros de pesquisa.
Veja abaixo as repostas a algumas das questões relacionadas ao surto
O que é a gripe suína?
É uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é diferente do H1N1 totalmente humano que circula nos últimos anos, por conter material genético dos vírus humanos, de aves e suínos, incluindo elementos de vírus suínos da Europa e da Ásia.
A gripe tem cura?
Tem tratamento.
Como é transmitido o vírus?
Em casos registrados nos últimos anos, a doença foi contraída por pessoas que tiveram contatos com criações de porcos, mas não há registro de que o mesmo tenha acontecido no atual surto. Ela está sendo da mesma forma que a gripe comum: por via aérea, de pessoa para pessoa, por meio de espirros e tosse.
Quais são os sintomas?
Os sintomas em humanos são parecidos com os da gripe comum e incluem febre acima de 38°C, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas com a gripe suína também relataram ter apresentado catarro, dor de garganta e náusea.
Infecção de gripe suína é comum em humanos?
No passado, os Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) registraram 12 casos de infecção humana pelo vírus da gripe suína, todo em pessoas que tiveram contato com porcos. Nesses casos, não houve evidência de transmissão entre humanos.
Pode-se contrair a doença comendo carne de porco?
Não. Os vírus da gripe suína não são transmitidos pela comida. O governo mexicano e a OMS (Organização Mundial de Saúde) descartaram qualquer risco de infecção por ingestão de carne de porco. De acordo com o CDC, a temperatura de cozimento (71ºC) destrói os vírus e as bactérias.
Como devo agir se estiver com os sintomas?
Quem tiver sintomas de gripe pode tomar remédios sintomáticos e procurar um médico, caso os sintomas persistam, para tomar um antiviral. Mais informações: www.saude.gov.br
E quem chegou de viagem?
Se a pessoa esteve nos últimos dez dias em países onde houve casos, como o México, e apresenta sintomas pode procurar um médico e realizar o exame para identificar o tipo de gripe. Deve-se evitar locais com presença de muitas pessoas enquanto não sai o resultado.
Qual a diferença entre a gripe suína e a gripe comum?
A gripe suína é caracterizada pelos sintomas da gripe comum, mas pode causar vômitos e diarreia mais graves. A gripe comum mata entre 250 mil e 500 mil pessoas a cada ano, principalmente entre a população mais velha. A maioria das pessoas morre de pneumonia, e a gripe pode matar por razões que ninguém entende. Também pode piorar infecções por bactérias.
Como a infecção de humanos com gripe suína pode ser diagnosticada?
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Entretanto, algumas pessoas, principalmente crianças, podem espalhar o vírus por dez dias ou mais.
Existe vacina contra esta doença?
As vacinas normais contra a gripe são alteradas todos os anos para incluir imunização contra novas variedades de vírus. Segundo as autoridades mexicanas, que citam a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina existente para humanos é para uma cepa anterior ao vírus, com o qual não é tão eficaz. Mas como os casos confirmados de mortes atingiram adultos, é possível que as pessoas mais vulneráveis --crianças e idosos--tenham se beneficiado por serem alvo de vacinação mais regularmente que os adultos jovens.
A vacina contra a gripe comum tem eficácia contra a gripe suína?
Não se sabe. Pode haver uma prevenção, ainda que parcial, se considerado o fato de que os casos no México ocorreram principalmente com adultos jovens. Lá, crianças de até 3 anos e adultos com mais de 50 vacinam-se rotineiramente contra a gripe humana.
Existe algum remédio eficaz contra a doença?
Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC.
Por que a OMS está em estado de alerta?
Porque há casos humanos associados a um vírus de gripe animal, mas também pela extensão geográfica dos diferentes focos, assim como pela idade não habitual dos grupos afetados. A gripe suína representa o maior risco de uma pandemia em larga escala desde que a gripe aviária que ressurgiu em 2003.
Trata-se de um novo tipo de gripe suína?
Assim como no ser humano, os vírus da gripe sofrem mutação contínua no porco, um animal que possui, nas vias respiratórias, receptores sensíveis aos vírus da influenza suína, humana e aviária. Os porcos tornam-se incubadoras que favorecem o aparecimento de novos vírus gripais, através de combinações genéticas, em caso de contaminações simultâneas. Esses tipos de vírus híbridos podem provocar o aparecimento de um novo vírus da gripe, tão virulento como o da gripe aviária e tão transmissível como a gripe humana.
Os turistas com viagens marcadas para o México deveriam ficar preocupados?
A OMS diz que não é preciso alterar planos de viagens e o México disse que não vê necessidade de fechar as fronteiras. Mas governos de países como Itália, Polônia e Venezuela aconselharam os seus cidadãos a adiarem viagens às áreas em que foram registrados casos de gripe suína no México e nos EUA. Segundo a OMS, o fechamento de fronteiras e as restrições às viagens seriam inúteis, porque o vírus já se espalhou.
Corro risco de viajar aos países atingidos?
Por enquanto não há um alerta por parte das entidades sanitárias que justifique o cancelamento da viagem. Mas adiá-la, caso possível, pode ser uma atitude preventiva. os que vão a locais afetados podem usar máscaras, lavar as mãos com água e sabão constantemente e evitar aglomerações, entre outros procedimentos.
Como se previne estando nesses locais?
Com máscaras, lavando sempre as mãos e evitando locais com muita gente entre outros.
Qual o tempo de incubação?
Em média varia de 24 horas a 3 dias. A mídia mexicana cita até duas semanas.
Posso contrair o vírus de alguém que não apresente os sintomas?
Sim. O Influenza pode ser transmitido por alguém até 24 horas antes de essa pessoa apresentar os sintomas.
Quais os grupos mais suscetíveis?
Pessoas com alguma doença crônica ou deficiência imunológica sempre estão mais sujeitas.
Quanto tempo demora o resultado do exame que detecta a gripe suína?
Nos EUA, tem demorado em torno de três dias. A Fiocruz prevê o mesmo para o Brasil.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u556537.shtml

domingo, 17 de maio de 2009

Casos de cancro nos EUA

Em três décadas, 70% dos cancros serão diagnosticados em pessoas com mais de 65 anos e 28% em individuos de etnias minoritárias. O cólon e o pulmão serão as zonas mais afectadas pelo cancro tanto em homens como em mulheres. O estudo do Centro de Oncologia Anderson da Universidade do Texas foi feito entre a população dos EUA e alerta para a necessidade de formar mais médicos de oncologia. O caso é tão preocupante que os EUA arriscam a não ter pessoal médico especializado suficiente daqui a 20 anos. A autora do estudo, revela que nas próximas três décadas o diagnóstico de cancro, entre a populção com mais de 65 anos terá um aumento de 67%, enquanto nos mais jovens a incidencia de cancro é de 11%. O estudo fez também a comparação entre raças e a conclusão é que em 2030 nos EUA haverá um aumento de 99% de diagonóstico de cancro entre individuos de etnias minoritárias, enquanto o aumento entre a população branca será de 31%. A falta de condições de acesso à saúde, a pobreza e a má alimentação, são alguns dos factores, apontados no estudo para estes resultados.
Antena 1: 13 de Maio de 2009, 12.36h

domingo, 22 de março de 2009

Raiva já matou 58 crianças em Angola

Raiva já matou 58 crianças em Angola

11- 02- 2009

O surto de raiva na capital angolana já matou 58 crianças desde Novembro do ano passado. Só na última semana, oito crianças perderam a vida, de acordo com o director do Hospital Pediátrico de Luanda, citado pela Lusa.
Nesta unidade hospitalar, para onde estão a ser transferidos todas as crianças com sintomas de infecção pelo vírus da raiva, estão ainda internadas duas crianças, adiantou Luís Bernardino. Até ao momento, desde que o surto foi declarado, todas as crianças que chegaram ao hospital acabaram por falecer porque, explicou o clínico à Lusa, as crianças chegam sempre tarde para que a vacinação seja eficaz.
A vacina anti-raiva só é eficaz desde que administrada nas 24 horas subsequentes à infecção, a maior parte causada por mordidela de cão, mas há igualmente casos de gatos e macacos na origem da doença.O estado de saúde das duas crianças internadas é preocupante, devido à entrada tardia no hospital.
Até ao momento as autoridades sanitárias angolanas não divulgaram o número total de pessoas afectadas pela doença, incluindo adultos, estando apenas a serem difundidos os casos registados na pediatria de Luanda.
Para combater este surto, o Governo da Província de Luanda criou uma comissão envolvendo vários sectores para a realização de uma campanha de vacinação de emergência de animais e a recolha de animais sem dono na cidade. Foram vacinados mais de 100 mil cães, gatos e macacos.
Situação de "tragédia" em Luanda
"A actual situação em Angola é realmente uma tragédia, sobretudo considerando que a raiva é praticamente 100 por cento fatal e também é uma doença totalmente evitável.
Esta é a opinião de Peter J. Costa, responsável da Aliança para o Controle da Raiva, referindo-se a 58 crianças mortas desta doença na capital angolana desde Novembro.
Costa disse que a Aliança ainda está no "processo de tentar descobrir mais informações sobre a situação em Angola para impedir a raiva de levar mais vidas humanas".

Fonte: www.jnoticias.pt/

quarta-feira, 18 de março de 2009

Agência Europeia do Ambiente alerta para sobreexploração da água na Europa


Um novo relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA), lançado hoje, vem confirmar que, em muitas partes da Europa, a água é utilizada de forma insustentável e formula recomendações sobre uma nova abordagem da gestão dos recursos hídricos.

Intitulado “Os recursos hídricos na Europa – enfrentar a escassez de água e a seca”, o relatório evidencia que, embora os maiores problemas em termos de escassez de água se continuem a verificar na Europa do Sul, o stress hídrico está também a aumentar em algumas regiões do Norte. Por outro lado, de futuro as alterações climáticas estarão na origem de um aumento da intensidade e da frequência das secas, agravando o stress hídrico, nomeadamente nos meses estivais.

«Estamos a gastar mais do que podemos no que se refere à água. Temos de reduzir a procura, minimizar a quantidade de água captada e aumentar a eficiência da utilização dessa água», alerta Jacqueline McGlade, directora executiva da AEA.
Um novo relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA), lançado hoje, vem confirmar que, em muitas partes da Europa, a água é utilizada de forma insustentável e formula recomendações sobre uma nova abordagem da gestão dos recursos hídricos.
Intitulado “Os recursos hídricos na Europa – enfrentar a escassez de água e a seca”, o relatório evidencia que, embora os maiores problemas em termos de escassez de água se continuem a verificar na Europa do Sul, o stress hídrico está também a aumentar em algumas regiões do Norte. Por outro lado, de futuro as alterações climáticas estarão na origem de um aumento da intensidade e da frequência das secas, agravando o stress hídrico, nomeadamente nos meses estivais.

«Estamos a gastar mais do que podemos no que se refere à água. Temos de reduzir a procura, minimizar a quantidade de água captada e aumentar a eficiência da utilização dessa água», alerta Jacqueline McGlade, directora executiva da AEA.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Portugueses têm uma ideia errada sobre o peso e a altura reais

Os nossos miúdos são cada vez mais gordos


Um terço das crianças e dos adolescentes têm peso a mais, o que nos coloca entre os piores países da Europa. Os resultados são maus entre os mais pobres.

Mais de metade dos portugueses têm peso a mais. Uma realidade preocupante e que não melhora quando se fala das crianças: um terço dos miúdos e adolescentes ou têm peso a mais ou são mesmo obesos. Mas há quem se olhe ao espelho e ache que está muito elegante…
“O retrato não é simpático, mas é preciso olhar para ele e tirar conclusões”, defendeu ontem a endocrinologista Isabel do Carmo, durante a apresentação do livro “Obesidade em Portugal e no Mundo”, que a própria coordenou.
O problema começa logo entre os mais pequenos. “No concelho de Coimbra, entre os 3 e os 5 anos, o total de pré-obesidade e obesidade é de 30 por cento. Na Beira Interior, dos 3 aos 6 anos, é de 27 por cento. Em relação a todo o País (7 a 9 anos), é de 31 por cento. Nos adolescentes também temos 31 por cento acima do peso”, disse Isabel do Carmo.
A especialista salientou que “estamos entre os países da Europa com piores resultados, a par de Espanha, Itália e Grécia”.
Em relação aos adultos, os últimos dados disponíveis revelam que temos 39,4 por centro de pré-obesos e 14,2 por cento de obesos. “Mas daqui a uns anos estes valores serão muito maiores, tendo em conta os dados infantis”, disse, acrescentando que “quantos mais pobres e menos instruídos, mais obesos existem”.

Portugueses não sabem que são gordos…

O livro apresentado ontem mostra também que os portugueses têm uma imagem incorrecta deles mesmos e que continuam a cometer pecados pela boca. “A população portuguesa, em geral, acha-se sempre mais alta e mais magra do que é”, referiu Isabel do Carmo, acrescentando que as pessoas com mais peso “dizem que comem sopas, frutas e legumes, mas ainda não estão suficientemente sensibilizadas para a importância de moderar o consumo de produtos de origem animal e de bebidas alcoólicas”.
Um dado curioso refere-se exactamente a este último ponto: “A ingestão de álcool vai aumentando à medida que a obesidade também aumenta. A mesma linha é seguida no consumo de óleos e gorduras”. Mas não é o único.
O livro mostra ainda que as pessoas com menos peso dizem comer mais cereais, bolos e bolachas, refrigerantes e sumos, comida rápida e molhos. Mas são também estes que dizem fazer mais actividade física programada.
in 24Horas